Fernanda Magnotta
Colunista do UOL
Nesta coluna, resumo os dilemas entre os dois lados em 14 pontos que podem ajudar quem chegou agora.
Para os russos:
1. O movimento faz parte da restauração simbólica e material da ideia da "mãe Rússia" e do que entendem ser sua "área natural de influência" --foco nas aspas.
2. O avanço envolve enorme ressentimento com o Ocidente. O problema começou com o que entendem ser o "fim artificial da URSS" declarado pelo Ocidente. Chegam a comparar o desenho de fronteiras no leste europeu pós-URSS com a divisão arbitrária da África.
3. Desejam concretamente o fim da expansão da Otan (aliança militar ocidental) rumo ao Oriente.
4. Exigem a desmilitarização da Ucrânia e a renúncia imediata de certos territórios.
5. Gostariam de uma transição de poder na Ucrânia, com enfraquecimento do atual presidente, Volodimir Zelenski, e fortalecimento de grupos pró-Rússia.
6. Batem na tecla de que há "nazistas" matando russos nas regiões separatistas da Ucrânia, e que o presidente russo, Vladimir, Putin está protegendo pessoas que se identificam como russos.
7. Alegam que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, piorou tudo quando "tentou privatizar a Ucrânia".
Para os norte-americanos, europeus e ucranianos:
1. A ação de Putin representa ataques injustificados que colocam em risco a segurança da Europa.
2. Não havia sinais concretos de ameaças contra a Rússia para justificar a alegação de "legítima defesa" de Putin.
3. Trata-se de uma invasão planejada, para a qual a Rússia se prepara há tempos e para a qual busca pretextos.
4. A ação teria sido premeditada e orquestrada para favorecer os interesses do governo russo, incluindo do ponto de vista da popularidade do presidente.
5. Acusam a Rússia de promover mentiras e desinformação, manipulando a própria sociedade.
6. Afirmam que a Rússia quer reescrever a História, negando o direito à existência da Ucrânia, o que é uma violação à soberania e integridade territorial desse país.
7. Batem na tecla de que a Otan é uma aliança defensiva, e não ofensiva, e que a Rússia não tem o direito de fazer ingerências sobre países independentes que desejem se associar ao grupo.
FONTE https://noticias.uol.com.br/colunas/fernanda-magnotta/2022/02/24/14-pontos-para-entender-o-conflito-entre-russia-e-ucrania.htm
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